Nota: meus
comentários estão em cores,
e os de "Gilda", em preto.
Querida
Gilda
Antes
de mais nada, desejo expressar minha comoção pelo seu emocionante
depoimento, o qual, pelo seu teor em candura, muito teria a ensinar aos
escritores da obra de "branqueamento" e falsificação histórica Proclamadores.
Sua coragem foi demonstrada sob dois aspectos: primeiro, você optou por fazer
aquilo que entendia ser um requisito espiritual para aprovação divina, mesmo
ao possível custo de sua própria vida e,
segundo, pelo risco de exposição à execração pública (congregação e
família). A possibilidade de exposição a uma destas coisas - ou
ambas - constituiu um alto preço, pago apenas por idealistas sinceros.
Creio que, neste respeito, seu sincero
amor a Deus e àquilo que entende ser a verdade já foi cabalmente provado. Um
provérbio diz que "resistir às tentações é a medida do caráter".
Neste caso - até em nome da autopreservação - seria grande a "tentação"
de omitir, deixar jazer no passado um ato equivocado e irreversível, o
qual, uma vez revelado, traria consequências fora de controle e,
possivelmente, trágicas. Eu me pergunto quantas pessoas teriam tido sua
coragem - poucas, muito poucas...
Agora quero a resposta sincera de todos os que são anciãos ou já
foram, para as seguintes respostas que realmente me fazem perder o sono, por
favor, me ajudem, mas emitam respostas sinceras:
Cara
amiga, não sou nem jamais fui ancião - apesar dos convites - nos 14 anos em
que fui membro da Torre de Vigia. Considerava a pressão para se manter
nos "moldes" da Organização muito alta - em horas, em dedicação,
em ser sempre "exemplar" no campo, nas reuniões etc. Procurei, como
disse Cristo, "assentar-me antes e calcular o custo" (Mateus 14:28),
para ver se poderia levar a cabo o empreendimento e achei que não poderia.
Permaneci como publicador - hoje percebo que isto decorreu também de dúvidas
que eu carregava quanto à Organização. Todavia, meu conhecimento e
desenvoltura no púlpito sempre foram elogiados por diversos anciãos, sendo
que tenho amor fraternal por alguns deles até este dia, pois sei de sua sinceridade
ao fazerem aquilo que a Sociedade lhes inculcou como "serviço
sagrado" e o quanto acreditam estarem no "único caminho" -
mesmo quando praticam o legalismo típico da Watchtower. Espero,
assim, ter credenciais mínimas para que considere meus comentários como
sendo de algum valor. Não sou exegeta nem entendido em grego ou
hebraico. Entretanto, procurarei tecer uma análise racional sobre as decorrências
deste ou daquele entendimento das palavras de Cristo na questão do divórcio.
Vamos às suas indagações:
01) Para se tornar uma testemunha de Jeová é preciso estar
casado(a) na lei, então por que o mesmo princípio não é válido para o
divórcio?
A Torre de Vigia,
neste caso, considera o relato bíblico de Mateus, capítulos 5 e 19. Lá,
Cristo diz que "todo aquele que se divorciar de sua esposa, exceto em razão
de fornicação (pornéia), comete adultério." - Mateus 5: 32. O
texto é vertido na versão CBC por: "a não ser que se trate de
matrimônio falso". Os relatos de Marcos 10: 11 e Lucas 16: 18 não
incluem a expressão "exceto em razão de fornicação". Além
disso, a versão CBC , onde se lê a expressão "se divorciar" na
TNM , verte-se por "repudiar", e, onde se lê "mulher
divorciada" na TNM , lê-se, na versão CBC, "mulher
rejeitada". A nota de rodapé da TNM indica que a expressão
"divorciar-se", ao pé da letra, seria vertida por "se
soltar". Mateus, capítulo 5, é um relato do famoso sermão da
montanha e Lucas, capítulo 16, refere-se a um sermão em Jerusalém. Já
Mateus, cap. 19 e Marcos, cap. 10, relatam a mesma ocorrência -
Cristo sendo interrogado por fariseus sobre a legalidade do divórcio.Todavia,
o precedente para a questão ao qual os fariseus referiam-se encontra-se em
Deuteronômio 24: 1, onde a um homem que desposa uma mulher é permitido
divorciar-se - concedendo-lhe um certificado ou documento legal - caso
encontrasse nela "algo indecente" (TNM) ou "coisa
inconveniente" (CBC). A nota de rodapé da TNM traduz a expressão
literalmente por "a nudez de uma coisa". O termo parece ser inespecífico,
muito embora pudesse ter uma conotação peculiar à época, a qual desconheço.
Aparentemente, não se referia - pelo menos entre os judeus no tempo de Cristo
- estritamente à fornicação, pois, do contrário, a pergunta dos fariseus a
Cristo seria sem sentido. Nem Jesus lhes disse se tratar de uma má
interpretação da lei de Moisés, mas falou: "Moisés vos permitiu
vos divorciardes de vossas esposas por causa da dureza de vossos corações,
mas este não foi o caso desde o princípio." Que o sentido dado à lei
pelos fariseus - e, talvez, a comunidade judaica - no tempo de
Cristo não estava se restringindo à fornicação parece ser indicado pela
forma com que a pergunta foi feita a Jesus: "É lícito a um homem
divorciar-se de sua esposa por qualquer motivo?" Daí, os fariseus -que
eram "intérpretes" da lei - mencionaram o texto de Deuteronômio.
Se este não fôsse o entendimento corrente da lei de Moisés, que sentido
faria a pergunta, senão apenas aferir se Cristo estava ou não a par do
óbvio? Se assim o fôsse - estando a letra da lei em exata concordância com
o pensamento de Cristo - ele apenas os corrigiria dizendo: "Por que me
perguntais isto? Não sabeis ler? Não diz a lei de Moisés que o único
motivo para o divórcio é a fornicação?" Mas, não foi esta a resposta
de Jesus. Queira notar que o objetivo dos fariseus era flagrar a Cristo
contradizendo a lei. Assim sendo, é possível que o dispositivo da lei
mosaica tivesse uma aplicação mais abrangente entre os judeus. Cristo
reprovou esta permissividade e mencionou Gênesis, onde se menciona que, no
princípio, Deus criou o homem e a mulher para serem "uma só carne"
e que "o que Deus uniu, não separe o homem." Lembre-se, Gilda, que
Jesus NÃO era legalista. No caso da adúltera, por exemplo, ele não poderia,
à luz da lei, perdoá-la, mas teria que apedrejá-la junto com os demais (João
8: 1-11). A questão, portanto, é: Jesus estabeleceu uma lei ou um princípio?
Quer dizer - com a expressão "a não ser em caso de fornicação"
- estava Jesus legislando e prevendo toda e qualquer situação possível
capaz de tornar um casamento insuportável e, portanto, passível de extinção,
ou estaria ele apenas combatendo, diante dos fariseus, a permissividade com
relação à ruptura do matrimônio por um motivo banal? Queria ele
dizer, por exemplo, que uma mulher cujo marido a espancasse rotineiramente NÃO
poderia divorciar-se dele e estar livre para se casar novamente? Convido cada
um nesta lista a refletir sobre o assunto...
A interpretação
destes textos não tem sido uniforme pelas religiões ao longo das eras.
A Igreja Católica, por exemplo, ao apegar-se ao princípio
de "aquilo que Deus uniu, não separe o homem", defende a
insolubilidade absoluta do matrimônio e não permite - pelo menos,
oficialmente - a seus fiéis divorciar-se em hipótese
nenhuma, nem mesmo em caso de adultério! Isto
parece à Igreja Católica estar mais de acordo com o princípio de "o
que Deus uniu, não separe o homem" ou as palavras de Paulo em Romanos
7:2, dizendo que a mulher está "amarrada" ao seu marido enquanto vivo
ele estiver, sem mencionar os casos em que tal vínculo poderia ser
dissolvido. O movimento pentecostal, por sua vez, permite o divórcio em
caso de adultério e a Torre de Vigia, ao contrário do que muitos pensam, não
teve exatamente o mesmo entendimento ao longo do tempo. Embora aceitasse
a exceção da fornicação, o entendimento deste termo variou, gerando
dramas familiares gravíssimos. O livro "Crise de consciência"
conta que, durante a década de 70, o entendimento do termo era tal que o divórcio
seria permitido somente em caso de relação sexual passível de reprodução
("ser uma só carne"), ou seja, copulação genital. Isto
significava que uma esposa cujo marido - pasme - tivesse tido relações homossexuais,ou
com um animal ou qualquer ato com uma mulher diverso
da conjunção carnal (coito anal, por exemplo) NÃO
daria motivo biblicamente aceitável para o divórcio. Só após uma
pesquisa profunda sobre a abrangência do termo pornéia - pesquisa
esta da qual R. Franz participou -
é que se chegou à conclusão que qualquer
ato de imoralidade autorizaria o cônjuge inocente ao divórcio. Infelizmente,
como de costume, ninguém respondeu pelas gravíssimas consequências do
entendimento anterior...
A Torre de Vigia - todos
sabemos - é famosa por seus legalismos. É fato que ela não realiza ou, pelo
menos, não endossa casamentos "religiosos". Todavia, nos países
onde a lei não permite um segundo casamento ou, enquanto os trâmites legais
não chegam a termo, ela endossa, entre seus membros, o "pacto de
fidelidade" - um documento não oficial - o qual, na prática, nada mais
é do que um casamento religioso. Note que, neste caso, a exigência
do documento legal não se aplica. No Brasil, por exemplo, o divórcio não
era legalizado até o projeto do Senador Nélson Carneiro - o qual enfrentou
enorme resistência por parte da Igreja. Muitos casais viviam em concubinato.
Daí, a lei criou a separação em duas fases: o desquite e o divórcio. O
primeiro representa a separação de corpos, onde o vínculo matrimonial está
sob risco, porém não extinto. De fato, muitos casais reconciliaram-se após
um separação temporária. Isto faz lembrar as palavras do apóstolo Paulo em
1 Coríntios 7: 10,11, onde se diz que a esposa não deve deixar seu marido,
mas que, caso o deixe, permaneça sem se casar ou se reconcilie com ele. Ao
passo que, com o "pacto de fidelidade" - em parte
alguma previsto na Bíblia - a Sociedade Torre de Vigia pareceria mais
"liberal" do que a "lei de César", permitindo um segundo
casamento onde a lei secular não o permitia, é também um fato que
esta mesma lei secular - em outras situações - parece ser mais razoável e
humana do que o entendimento radical das palavras de Cristo. Gostaria de
chamar a sua atenção, Gilda, para alguns aspectos legais que, apesar de não
se basearem na Bíblia, servem ao menos para mostrar como legisladores em
países de cultura cristã entenderam que seria razoável e consciencioso
tratar tal assunto numa sociedade moderna - bem diferente daquela dos
tempos de Jesus Cristo. Vejamos:
A lei (no Brasil e em
diversos países) prevê a anulação do casamento - diferente de divórcio -
dentro daquilo que se chama erro essencial
quanto à pessoa do cônjuge. Tal erro consistiria no desconhecimento
anterior ao casamento de coisas que tornem a convivência
insuportável, tais como:
a) Ser o cônjuge portador
de moléstia contagiosa e incurável
b) Ser o cônjuge criminoso
ou foragido da Justiça
c) Ser o cônjuge
homossexual ou bissexual
d) O defloramento da mulher
(sem o conhecimento do marido)
e) Qualquer ato ou condição
passada, cujo conhecimento inviabilize a união
Além disso, a lei permite
o divórcio em casos tais como o adultério, a violência, o abandono (físico,
material, emocional ou sexual) ou simplesmente por consenso entre os cônjuges.
Nesta última hipótese, o juiz normalmente tenta induzir o casal a uma
reconciliação. Já acompanhei audiências e vi que este é o procedimento de
rotina.
Pergunto a você, Gilda: a
lei lhe parece de todo permissiva? Por exemplo, queria Cristo dizer que, caso
o marido seja criminoso, foragido, doente crônico,
violento ou que a deixe em estado de abandono (sem que você
tenha notícias dele ou que tenha provas de que ele tem outra mulher) que,
AINDA ASSIM, você está presa a este homem? Acha que só o adultério torna o
casamento insuportável? O que lhe diz sua consciência? E estas outras
coisas? Ao não mencioná-las, estava Jesus
querendo dizer que DE FORMA ALGUMA seriam um motivo razoável - humano, até -
para o divórcio? Não leva o entendimento ao pé da letra das palavras de
Jesus a conclusões estranhas? Pode alguém, de sã consciência, sustentar
que algumas das coisas acima mencionadas não tornam o casamento insuportável?
Será que a única transgressão intolerável é a sexual - o adultério? Não
dá isto uma ênfase exagerada ao sexo? O casamento foi criado para dar
felicidade e não se tornar uma estaca de tortura para os nubentes, em nome da
religião, dos filhos ou do que que quer que seja.
Para os legalistas "de
plantão", gostaria de expor uma dificuldade adicional, advinda da
interpretação hermética das palavras "exceto em caso de fornicação".
Como enquadrar o delito? "Basta a comprovação de relação sexual (homo
ou heterossexual) extra-conjugal", alguém diria. É tão simples assim?
Como definiu Cristo o adultério? Restringiu-o à cópula? Vejamos: " Eu
vos digo que todo aquele que persiste em olhar para
uma mulher ao ponto de ter paixão por ela, já cometeu no
coração adultério com ela." (Mateus 5: 28) Parece-me que, diante
destas palavras, que Cristo não só não restringiu o adultério ao ato
sexual, como foi muito mais adiante por enquadrá-lo em ato algum,
mas num simples pensamento. A análise radical e legalista destas
palavras - por incrível que pareça - levaria, não a um maior rigor, mas a
um "afrouxamento" na diversidade de situações em que o divórcio
seria biblicamente permissível, incluindo-se aquelas em que o cônjuge nutriu
paixão por outro alguém sem, no entanto, jamais ter tido qualquer contato
com tal pessoa, não é verdade? Pode alguém estabelecer o limite? Se lermos
o capítulo do Livro dos anciãos, na parte que fala de imoralidade
sexual, tenta-se enquadrar todas as possibilidades, ato por ato, nas
transgressões que vão desde impureza até fornicação. Todavia, eu
pergunto: de onde a Sociedade obteve tais informações pormenorizadas?
Resposta: não da Bíblia, mas de sua própria cultura e tradição.
Assim sendo, se por uma
lado a permissividade quanto à ruptura da família é algo muito ruim -
concordo que deve ser combatida - por outro lado, a imposição de um código
de parágrafo único, supostamente baseado no pensamento de Cristo, sem tomar
em conta o contexto e as circunstâncias da época, me pareceria como idolatrar
a lei e tentar se justificar por ela, assim como os fariseus tentavam
fazer nos tempos de Jesus. A Torre de Vigia me parece ter-se enveredado pela
mesma trilha. Entretanto, "a lei existe para o homem e não o homem para
a lei". Até porque a manutenção imposta à união de duas pessoas que
já não mais se suportam, gerando uma "casamento feliz" de aparências,
dificilmente daria glória a Deus!
Ao passo que os sistemas
religiosos - como a Watchtower - seguem o caminho do legalismo, esta não é a
opção que abracei em minha vida...
02) Estou eu cometendo fornicação, tendo me casado na lei outra
vez sem antes esperar as evidências de fornicação do meu ex-marido?
Segundo o que expus acima,
não creio que religião alguma esteja autorizada a julgá-la ou condená-la
neste respeito, Gilda. Certamente há diversas coisas - e não apenas o adultério
- que tornam a vida em comum um fardo intolerável. Violência, por exemplo.
Creio ter sido seu caso. Ademais, a sua revelação ao seu marido poderia
ser utilizada por ele como razão para requerer a anulação legal do
casamento. Paulo, em Gálatas 5:18, diz que "estamos
debaixo de espírito, não debaixo de lei". Por que não deixa o
julgamento para quem de direito?
03)
Seria necessário que eu ficasse torcendo para que meu
ex-marido cometesse pecado, para eu me ver livre para reconstituir uma
família (tinha 27 anos quando me divorciei).
Querida amiga Gilda,
esta é apenas mais uma das consequências
de se impor o legalismo em desconsideração à natureza humana. Um árvore
é avaliada por seus frutos. Perceba que, mesmo seguindo a preceito de não se
divorciar - dando a aparência de integridade cristã - a pessoa passa a se
tornar uma espécie de "fariseu" moderno - a quem Cristo classificou
de "sepulcros caiados"- belos por fora, mas podres por dentro. O
efeito mais comum de se impor a preservação de um casamento infeliz é
exatamente este - um cônjuge (ou ambos) passa a desejar, no íntimo, que o
outro o "libere" pelo adultério, coisa que resultaria na perda
do favor divino e, quem sabe na perda da vida da pessoa. Diria que esta é uma
reação incomum ou, antes, natural, quase inevitável? Creio que isto em
nada contribui para a edificação cristã. Pergunto: dá isto glória a Deus
e vindicação ao seu nome?
O que me preocupa, meus amados irmãos, não é a congregação, a
sociedade ou o Corpo Governante, mas a minha relação pessoal com Jeová
Deus.
Não se esqueça, Gilda,
você, assim como a maioria dos membros desta lista, foi condicionada por anos
a avaliar sua relação com Deus com base - não na mediação direta de
Cristo - mas na sua relação com a "Organização" e aquilo
que ela ensina, sua política etc. A exemplo de outras denominações
religiosas, ela trabalha essencialmente com culpa e temor; somos advertidos a
toda hora do Grande Dia do julgamento, com milhões aniquilados pelas hostes
angelicais. Queremos viver, porisso nos submetemos. O Armagedom está, para a
Torre de Vigia, assim como o inferno está para a Igreja Católica da idade média,
ou seja, como meio de forçar as pessoas a se moldarem segundo suas
interpretações da Bíblia, sujeitando-se à sua autoridade eclesiástica. O
que muda é o instrumento, os golpes são os mesmos. Minha amiga, não creio
que Deus precise da sua infelicidade para ser louvado...
Desculpe se choquei alguém com a minha história, já me
envergonhei muito dela, mas estes são os fatos e não podem ser negados, hoje
eu sei que o julgamento pertence a Jeová.
Minha
admiração por você aumentou grandemente. Eu próprio não teria tido sua
coragem em confessar uma coisa tão lamentável, como um segredo obsceno de
família. Sua vergonha, por si, já é evidência clara de arrependimento. A Bíblia
fala que Deus perdoa seus filhos - especialmente aqueles que, como você,
confessam seus pecados - porém sem isentá-los das consequências dos
seus erros. Creio que você já cumpriu sua sentança. Por que não passa
a usufruir a misericórdia divina? Cristo perdoou e salvou a vida de uma
adúltera. Disse-lhe apenas que fôsse em paz e NÃO PECASSE MAIS. Não
registrou o ato dela em um "cartão de desassociação" nem lhe impôs
um código de leis semelhante àquele que lhe teria custado a vida, se seguido
à risca. Afirmou que os "doentes precisam de médico e não os sãos".
Não tenha medo de acreditar na misericórdia divina. Não é a Torre de
Vigia quem vai julgá-la. Se fôsse, você não estaria aqui conosco - já teria
sido apedrejada...
Com carinho e
admiração,
Odracir
PS:
espero ter contribuído para a restauração de seu sono....
Resposta de Gilda:
Desculpe não ter respondido antes, queria primeiramente agradecer, realmente,
o e-mail esclareceu bastante coisas que já tinha em mente serem mais
coerentes.
Quero aproveitar
a oportunidade e falar da minha grande admiração por você. Queria ter
a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente para dar-lhe um grande
abraço.
Também queria
saber em que área de direito você atua. Você deve ser com certeza um
ótimo advogado.
Com todo amor,
Gilda.
PS: Não sou
advogado...